#navbar {visibility:hidden;} O projeto NEKKO: Capitulo 12 - O KI

Capitulo 12 - O KI


Pelo geral nas Artes Marciais e sistemas filosóficos orientais se utiliza o término japonês KI que equivale ao CHI da China e ao Prana da Índia, em todos os casos, definem pelo menos, duas coisas:

1) A energia primordial do universo da qual está composto todo o que existe.

2) A energia interna que tem cada ser vivo.

A maioria dos sistemas de auto-ajuda orientais partem destes conceitos, métodos para unificar a “grande energia” com a “pequena energia”, desde o Ioga indiano que o define como realidade concreta, passando pelo antigo Taoísmo Chinês que buscava uma alquimia sobre o ser humano para lograr o mesmo fim e por último, o Zen japonês que, através da sua prática, tenta reconhecer estas energias e “descobrir” que são as duas caras da mesma moeda.

Seja como for, sempre estamos falando de “modelos” ou seja, uma forma de descrever a “realidade” usando uma linguagem comum onde poderemos simular de um jeito mais ou menos científico ou filosófico, o que realmente acontece na vida diária e baseado nisso, poder prever as conseqüências que terá o acontecer de certos fatos.

Nas ciências, este tipo de “modelagem” da realidade funciona, e alcança com lembrar que quase toda a estrutura tecnológica e científica do ocidente está baseado nesta forma de estudo.

O problema que antes ou depois se apresenta, seja na ciência ou em qualquer outro tipo de disciplina, é que quando desejamos estudar “nossa própria consciência” contamos para isso, somente, com uma ferramenta que é “nossa própria consciência”.

É bastante conhecido no nível popular o “Principio da Incerteza” de Heisenberg (famoso físico do século passado que é estudado em todos os níveis da física nas universidades) que postula que “num nível de tamanho do ordem do atómico, se determinamos o lugar onde está, nao poderemos determinar para onde se move, e se determinamos para onde se move, perdemos qualidade na medição de onde está” isto é assim, por que nesse ponto, “o observador influencia o observado” e este problema não pode ser resolvido.

Mais formalmente, o matemático Kurt Gödel demonstrou usando a mesma matemática, que qualquer sistema formal (isto é “modelado” com regras fixas) como as mesmas matemáticas são, NÃO PODERÁ NUNCA DESCREVER TODA A REALIDADE, alcança com que o sistema seja formal, para que tenha um “oco” no seu próprio núcleo, e se mudamos o sistema formal para solucionar o problema pontual, aparecerá outro “oco” que não se poderá resolver.

Ou seja, nem sequer a matemática (isto é, a mais valorizada ciência em ocidente”) está livre de problemas que não se podem resolver com as ferramentas que ela possui.

Mas, quase qualquer pessoa normal pode, com uns poucos estudos prévios, dirigir um carro numa grande cidade, atento ao transito, aos que vão caminhando, aos semáforos, às sinais, ao uso dos pedais, as esquinas e fazer tudo isso com uma mão sozinha, enquanto com a outra atende uma ligação ou seleciona uma estação de radio.

Poder explicar completamente como se realiza tudo isso, desde o neurológico, o fisiológico e o psicológico é quase impossível e de fato, os testes para criar “inteligência artificial” precisam que estes processos possam ser modelados pela matemática para poder construir “softwares” (programas) que emulem a forma em que o ser humano resolve os problemas.

O mundo científico atual está dividido em dois grandes grupos com respeito ao abordagem deste problema:

1) Os que opinam que o cérebro é um computador muito especial que roda “programas” puramente matemáticos que geram todo o que somos, sentimos e pensamos, mas o “software” é tão complexo que não podemos entender-lo, alcança com prosseguir buscando e investigando os “algoritmos” (fórmula mecânico - matemática de resolver problemas) para poder fabricar no futuro “consciência artificial”.

2) O outro grupo propõe que a forma em que funciona a consciência não tem nada que ver com “algoritmos” ,”softwares” nem nada similar à computação e que a resposta não poderá será obtida pela simulação matemática, já que a consciência não é somente isso e o problema está em que não podemos estudar nossa consciência, usando como ferramenta nossa própria consciência.

Esta última proposta é muito próxima ao problema que desde faz vários séculos tira o sono de vários cultores da medição Zen e das Artes Marciais.

Para quem deseje aprofundar nestes temas recomendo a leitura do livro “Escher, Godell e Bach, um Entrecruzamento Brilhante de Gênios ” do doutor Douglas Hoftslater.

A consciência livre e sem limitações e “a visão da realidade sem filtros”, sempre foi muito desejada pelos artistas marciais, que ao estar frente um inimigo pronto para atacar, apreciam muito o fato de poder visualizar o ataque real e não o “símbolo do ataque” já que a distração na tradução mental do símbolo, com certeza, demoraria uma fração de tempo, durante a qual, se o atacante é esperto, quem recebe o ataque morreria sem dúvidas.

Estamos falando de manejar tantas variáveis juntas, que não temos forma de explicar como o fazemos, mas temos, a possibilidade através do treinamiento, de fazer embora sem saber como.

É muito similar à intuição e que somente pode se desenvolver com um trabalho constante através de toda a vida.
Estamos falando de potência mediante o relaxamento, de harmonizar a mente com o corpo, de “timming” em velocidade e de toda uma serie de conceitos que não podemos explicar de forma científica mas sem podemos realizar.

Em resumo estamos falando de ARTE, de compromisso com todo o corpo e a mente, de criar alguma coisa da nada.

Poderíamos falar: “KI não é igual à Energia”, mesmo assim, nas duas definições que usamos foi definido como Energia.

A razão do anterior é que embora não podemos definir com claridade que é o Ki, podemos trabalhar com qualquer modelo que o represente para nossos fins.
O escolhido para este trabalho é:

Ki é o uso conjunto da mente e o corpo, sen restrições, sem limites e sem intervenção direta do “analise simbólico”. Ki é ação e intuição.

Em adiante usaremos esta definição do Ki para explicar as formas de desenvolver-lo e incorporar-lo, através da pratica marcial, em nossa vida diária.