#navbar {visibility:hidden;} O projeto NEKKO: Capitulo 14 - Irimi - Entrar fundo sem bater.

Capitulo 14 - Irimi - Entrar fundo sem bater.


Conhecer bem o problema antes de decidir o que fazer.



-Quantos anos levará para ser Mestre se eu trabalho duro?, perguntou o jovem.

-O resto da tua vida, respondeu o mestre.

-Não posso esperar tanto tempo!, estou pronto enfrentar qualquer coisa para seguir seu ensino. Quanto tempo será se trabalho como servente do senhor com todas minhas forças?

-Dez anos!

-Mas o senhor sabe que meu pai está velhinho, de aqui a pouco terei que cuidar dele. Quantos anos se eu trabalho mais intensamente?

- Trinta anos!

-O senhor esta me gozando! Antes dez, agora trinta! farei tudo o que tenha que fazer para dominar este arte no menor tempo possível.

-Então, precisará você, uns sessenta anos comigo!, quem quer obter resultados tão rápido assim não evolui rapidamente - explicou o mestre.

Quase sempre os problemas aparecem sem que nós os esperemos.

Na prática do Aikido existe um movimento chamado Irimi, que significa em japonês, entrar e é o primeiro a fazer em qualquer técnica.

Na arte da escritura com caracteres, caligrafia do Japão conhecida como Shodo , com um pincel, tinta e um papel de arroz que faz quase impossível que o pincel fique quieto sobre o papel, sem que provoque uma mancha gigante (o papel de arroz és altamente absorvente) o que obriga que o movimento do pincel seja fluido, continuo e por sobre tudo, seguro, desde o até o fim.

O momento mais importante, é quando ol pincel carregado de tinta, faz o primeiro contato com o papel, este movimento, no Shodo é chamado de Irimi e apresenta as mesmas características que o Irimi das Artes Marciais de origem japonês e muito especialmente no Aikido.

O defensor no fuje nem bate com o agressor, senão sua resposta é um “mix” onde ele se desloca para adiante, mas evitando a batida frontal com seu oponente, o ângulo da entrada é o segredo, mas aceita o contato (por isso fica perto do atacante).

Parece bem simples, mas é bastante difícil de fazer quando o ataque é feito com intenção (não de machucar, senão de atingir a corpo do adversário, inclusive com pouca potência).

Um comentário muito comum para os professores no percurso das aulas é: “Parece tão fácil, mas não consigo faze-lo”.

O cérebro processa e compreende as coisas, no primeiro momento, isso não implica que, esse entendimento (puramente intelectual) permita fazer o movimento no campo da realidade, e muitas vezes, vai requer ainda, um grande esforço.

O problema é que sempre escutamos uma pequena voz vindo do mais profundo de nossa consciência que fala:

Para que tanto esforço?, se isto é una bobagem, eu já captei desde a primeira visão”

Um dos princípios mais importantes e pouco compreendidos das Artes Marciais diz:

“O inimigo real não existe, nosso maior aliado e também adversário está dentro de nós mesmos”

O maior empecilho neste simples exercício é conseguir não escutar a voz de nossa consciência que nos leva a desistir e poder continuar treinando.

Por isso os sistemas de educação através das Artes Marciais são excelentes para educar nossa personalidade e o controle das emoções.

Não se considera aprendido, pelo fato de “entender-lo” ou poder explica-lo, se considera aprendido somente quando podemos faze-lo, e totalmente-aprendido quando conseguimos em qualquer condição, sob qualquer terreno e contra qualquer oponente (seja este físico, mental, social, sentimental o espiritual).

Um atacante tenta bater um defensor que executa o Irimi.

Este atacante pode ser nosso chefe no trabalho e o golpe pode ser uma ordem de mais horas de trabalho com redução do salário.

Também pode ser um funcionário baixo nossa responsabilidade que decide vender informação de nossa empresa.

Ou num casal um dos componentes que chega à casa de baixo astral e o ataque pode ser “Não me importo com o que acontece na casa, estou de saco cheio, tive um dia ruim no trabalho e não quero saber coisa nenhuma”

Um bandido que nos espera numa esquina para render-nos e poder assim, nos roubar.

Um colega de estudos de nosso filho, que decide incomodar-lo todo o dia.

O atacante pode ser uma doença.

Não importa,a situação o importante é que podemos (e devemos) levar a simples idéia do “laboratório das Artes Marciais” para a vida diária, é aí onde o conhecimento dos treinamentos, terá sua razão.

Por isso falamos de “Budo” educação através das Artes Marciais e não de uma “luta de rua” nem de “conselhos de auto-ajuda”.