#navbar {visibility:hidden;} O projeto NEKKO: Capitulo 9 - Genialidade e mediocridade

Capitulo 9 - Genialidade e mediocridade



Ricardo foi bem rápido para explicar por que queria que Ezequiel estivera com ele.

Pouco tempo atrás, sua filha tinha morrido por não ter bom atendimento no hospital da cidade, demoraram muito tempo em chegar, os atendimentos dos próprios médicos dos externos até foram bons, mas a tecnologia necessária ficava na cidade.

No hospital a falta de registro de cadastro da menina e da sua família, emperraram ainda mais as coisas.

A menina morreu, e Ricardo soube nesse mesmo instante que as coisas deviam mudar, ele tinha mudado, mas não era suficiente.

Depois de falar largamente com Ezequiel, Ricardo marcou para o dia seguinte um encontro privado no salão de treinamento da comunidade para explicar, nos fatos, qual era sua idéia.

Fizeram três lutas Ezequiel ganhou uma, e as outras dois Ricardo, após trocar as roupas se sentaram numa mesa com o café da manhã e Ricardo falou:

Eu ganhei, mas uma derrota sozinha tem me abalado muito mais que as duas que tu sofrestes, por que?

Eu fiz tudo na minha vida, com muito sacrifício, comparado com a tua facilidade de adaptação e aprendizado tanto no social como no pequeno mundo das Artes Marciais, assim eu não posso deixar de ter inveja com teu treinamento reduzido (pelo menos, comparado à meu brutal método) conseguistes me derrotar uma vez.

Para mim, uma derrota é a morte, para você simplesmente um fato para analisar.

Você representa às Artes Marciais da cidade, evoluídas, refinadas e com foco no aprimoramento da saúde e a personalidade.

Eu represento às Artes Brutais, onde o foco está no resultado e onde somente fica o que é eficiente, por isso não posso aceitar com facilidade derrota nenhuma.

Cada um de nós mostra um lado da nossa sociedade atual, e podemos usar as Artes Marciais com linguagem comum, muito especialmente pelo fato delas sempre ter sido uma espécie de mostra das sociedades onde se desenvolveram.

Os esportes tem feito uma coisa parecida, mas sem apelo aos componentes filosóficos e do próprio comportamento, típicos das Artes Marciais.

As Artes (teatro, literatura,pintura, etc.) também foram sempre elementos de evolução da personalidade mas focados, quase sempre na individualidade do artista e não nos movimentos sociais.

As religiões, assim com a política foram e são muito importantes, mas tem se convertido em elementos do poder das hierarquias superiores, ficando somente na esfera individual seus altos valores e caindo no "politicamente correto" na sua aplicação no dia-a-dia na vida das pessoas.

Precisamos criar um método simples, inteligente e popular de aplicação das Artes Marciais como linguagem comum de nossos dois mundos, de forma de unir e não separar e de fazer evoluir o comportamento das sociedades, partindo da individualidade de cada um.

Não é criar uma nova Arte Marcial, religião ou ciência, senão aproveitar o que sempre ofereceram as distintas Artes Marciais, ou seja, o respeito as hierarquias, a criatividade baseado no esforço individual, o aprendizado "com o corpo" o desenvolvimento da estratégia e a aplicação de todos estes modelos, no dia-a-dia para sua avaliação.

Temos um incrível acervo da história humana, disponível através das nossas experiências próprias e do acesso as maravilhas tecnológicas como o V-histo, temos também exemplos geniais de saltos evolutivos nossa história.
Vamos estudar os gênios mas não confundir a genialidade deles, com nossos propósitos que são bem mais humildes no pessoal e muito mais focados no social.

Vamos construir uma linguagem nova, que falem com facilidade tanto as cidades como os externos, substituir nossas invejas e desejos constantes por união e harmonia e por sobre tudo, no conhecimento mútuo e a aceitação que somente o esforço próprio traze resultados importantes, mas é preciso cuidado para não cair em fanatismos o procurar constantemente o que não temos. O desconforto, faz bem aos Artistas, mas somente com o equilíbrio não se cai para a loucura.

Salieri era um dos chefes da direção artística de Viena na Austria, cujo rei era muito chegado as artes, especialmente a música.

Um dia o rei pediu que apresentaram ele para um gênio que criou concertos de menino e era apenas um jovem muito pobre mas, no musical, dotado como ninguém.

O jovem era Wolfang Amadeus Mozart e sua cultura era inexistente para todo o que não fora musica.

Todos os bajuladores da corte do Rei humilharam ao jovem Mozart, e falaram bem do Salieri.

Mas este, escondido, olhando como Mozart criava e executava, chorou e cobrou para Deus:





"Eu fiz tudo para tua glória com minha música, estou sem família, sem enamorada, estudei sempre, sempre fui serio e dedicado, mas tu, somente me distes o nível necessário para saber que este jovem, descuidado, sujo e burro é um gênio e eu sou somente um medíocre"
Amadeus não foi muito feliz, mas nessa época um jovem de poucos recursos tinha poucas possibilidades de ser feliz.
Mas Salieri que tinha todo o necessário, morreu louco e torturado num hospício para doentes mentais.

Do filme Amadeus de Stanley Kubrick.