#navbar {visibility:hidden;} O projeto NEKKO: Capitulo 2 - Marcela

Capitulo 2 - Marcela



No departamento de administração cultural da universidade Marcela participava duma vídeo-reunião com os distintos gerentes de área que ocupavam posições hierárquicas similares as dela em distintos núcleos administrativos internos e externos.

Sentia-se levemente confusa e incomodada pelo fato de estar trabalhando num problema que envolvia diretamente a seu colega de trabalho e amigo da juventude Ezequiel, muito mais ainda por ser ela a responsável direta da incorporação do Ezequiel à universidade e pela aprovação de seu projeto de trabalho V-Histo que agora estava provocando problemas tanto na universidade, como nos mas altos degraus da administração do governo.

Ficava especialmente nervosa por ser o diretor geral da vídeo-reunião, seu padre Robert que ocupava um cargo muito importante no governo internacional e que representava uma antiga familia poderosa desde antes da grande devastação e una das poucas que tinha conseguido manter sua influencia e poder depois das grandes mudanças.

Enquanto o gerente de controle social e psicológico do governo discutia com o diretor de segurança da universidade como contornar a nova crise minimizando os problemas e fornecendo à vez, dados para avaliar quem era o responsável direto da falha de previsão no comportamento do Ezequiel e seus projetos, Marcela tentava organizar seu pensamentos e lembranças.

Grande parte de seu incomodo vinha de perceber que não estava logrando de concentrar no tema da reunião e que seus pensamentos vagavam pela sua adolescência, juventude e os anos anteriores e que sua longa relação com Ezequiel e os sentimentos que despertavam o pensar nele tiravam sua concentração do problema.

Ela, que foi treinada e educada desde a mais tenra infância para se a sucessora de seu brilhante e poderoso pai, Robert, o grande condutor da reforma da sociedade mundial logo após da grande devastação.

Marcela sempre gostou de Ezequiel, as familias deles tinham um antigo relacionamento que vinha desde a época em que o pai de Ezequiel, trabalhava como funcionário administrativo na empresa da familia de Marcela da qual o pai, Robert era gerente geral e além disso detentor da maioria absoluta das ações.

Moravam no mesmo bairro de classe alta onde quase todos os vizinhos eram ou donos de empresas ou de fazendas gigantes em distintos lados do mundo.

No degrau inferior do micro-cosmos social daqueles tempos, nesse lugar, a familia de Ezequiel formava parte duma minoria de gerentes gerais de grandes empresas, possuidores de prédios de aluguel de grande renda, profissionais autônomos e artistas ou comunicadores sociais que trabalhavam na televisão que nesse então era a grande fabrica de poder social.

Eles cresceram juntos, brincando nas mesmas piscinas , nos mesmos "playgrounds" indo as mesmas escolas sofisticadas que ficavam dentro do mesmo bairro-fechado. As diferencias de nível entre as duas familias quase não existiam mas alguns viagens internacionais e algumas reuniões de diretivos ficavam fora do acesso da familia do Ezequiel, mas sem por isso separar por muito tempo as crianças.

Marcela e seu irmão Ricardo sempre compartilhavam seus atividades e brinquedos com a sua turma que incluía o Ezequiel.
E muitas vezes tanto o Marcela como Ezequiel passaram para seus amigos e as suas familias a idéia que no futuro eles poderiam viver juntos, pensamentos estes que também foram mudando com o passar dos anos, mas que não apagaram totalmente certa atração que sempre, até hoje conservaram um pelo outro.

Mas agora, o forte grito do pai Robert, reclamando atenção, fez que Marcela deixara por um instante as lembranças de lado, para tentar novamente se concentrar na conferência, e por sobre tudo deixar em claro que ela continuava sendo o apoio lógico dos planos de Robert e que ficava nessa alta posição hierárquica dentro da universidade, não por ser a filha de um dos diretores do novo governo mundial, senão por sua própria capacidade e sua excelente disposição genética e pessoal.