#navbar {visibility:hidden;} O projeto NEKKO: Capitulo 15 - Tenkan - Virar

Capitulo 15 - Tenkan - Virar


Virar sobre nosso centro sem nos desequilibrar.

Ter a mesma visão que nosso oponente antes de decidir o próximo movimento.

É muito difícil separar o princípio de Tenkan do princípio de Irimi, de fato se fala de Irimi-Tenkan como um só movimento.

Fazer una virada de 180 graus até mudar totalmente a direção de nosso movimento até igualar a direção da solicitação externa, mas sem bater frontalmente nem tentar mudar a direção dela e por sobre tudo, virando sobre nosso próprio centro.

É comum, quando há interação, por exemplo, entre dois pessoas, fazer o ponto de contato o centro comum aos dois corpos e movimentos para virar, ambos, com o eixo nesse centro comum, isto faz que ambos corpos recebam igual força centrífuga na direção oposta ao movimento desejado.

Se deve transformar o centro próprio no centro do movimento de ambos, mediante o Irimi, deve anular parte da potência de entrada do movimento externo.

O melhor modelo para explicar o que realmente ocorre ao fazer Irimi é de origem físico psicológico.

Se como atacantes temos um objetivo ( neste caso, bater com nossa mão adiantada, a cabeça de alguém que fica de frente para nós, separado por um passo de distancia, aproximadamente) nosso sistema de “piloto automático” calcula a distancia, a potência necessária para completar o deslocamento, o tempo necessário para levantar a mão e para descer-la sobre a cabeça do outro.

Nosso cérebro, baseado na visão e percepção do espaço (na qual se usam todos os sentidos, por exemplo os mecanismos do ouvido interno para avaliar nosso equilíbrio), “focaliza” o movimento, ou seja, calcula como chegar até um lugar determinado no menor tempo possível com a maior potência.

Pelos muitos comportamentos herdados e aprendidos, conhecemos a reação comum de qualquer pessoa que seja atacada de esta maneira (retroceder, deslocar-se de lado, levantar uma mão para se proteger, etc) e esperamos que o outro execute alguma destas ações conhecidas.

Este processo é totalmente automático, o reconhecer que “as cosas acontecem como as esperávamos” aumenta nossa confiança e segurança e isto se pode conferir na qualidade de nossa técnica, e quando isso acontece o chamamos eficiência, experiência e qualidade.

Nosso comportamento aprendido e herdado nos diz que há duas possibilidades de ação diante um ataque, fujir ou lutar.

Se o outro faz Irimi, não está nem fujindo nem lutando, senão deslocando-se para o centro de nosso movimento, com o ângulo certo para não bater contra nós.

E que acontece quando encontramos que ao fazer um ataque, no obtemos a reação que esperamos?

Não podemos fazer nosso movimento com o “piloto automático”, ficamos obrigados mudar o “foco” e, sabemos que nossos cálculos prévios de tempos, deslocamentos e potência, já tem fracassado.

Ainda podemos modificar o desenvolvimento do movimento e inclusive golpear a cabeça de nosso adversário, mas sem a potência nem a efetividade que esperávamos.

Mas as inevitáveis leis da física (principio de inércia, etc.) e certos princípios mais delicados que fazem parte da nossa psicologia, fazem que nosso movimento continue, inclusive com nossa mente tentando parar.

Ou seja se gerou um desequilíbrio ou falta de harmonia entre lo que quer nossa mente (parar, arrumar, retroceder) e o que nosso corpo continua fazendo (acelerar, adiantar, bater).

Este desequilíbrio em nosso ser é o que nas Artes Marciais é chamado de “Suki” ou “abertura da guarda”, apareceu um “vazio” por onde se pode atacar, sem que o outro tenha nenhuma possibilidade de resposta.

O Tenkan é o elo que une o Irimi com o restante da técnica, geração do desequilíbrio e finalização.

O Tenkan é muito mais que simplesmente virar, é “enxergar o que enxerga o agressor” é “sentir o que sente o agressor”, esquecer rápido e totalmente o Irimi para concentrar-nos no resto da técnica e em não perder “nosso centro”.